Os primeiros pães surgiram há cerca de 12 mil anos na Pérsia. Eles eram uma mistura de vários tipos de grãos, moídos e água, cozida sobre pedras quentes. Era seco e duro, mas muito nutritivo. ?Nas mãos dos egípcios, no novo Império (de 1567 a 1085 antes de Cristo), a panificação recebeu seu grande impulso.
Havia mais de 40 variedades de pães. Eles criaram o processo de fermentação, que deixou o pão mais macio e saboroso. Os egípcios perceberam que a massa, umedecida, depois de certo tempo, liberava alguns gases, tornando o pão mais poroso. Aos poucos, o pão chegou ao Império Romano.
Começaram a aparecer escolas de padeiro, profissão surgida por volta do ano 50.??• Em 1869, os turcos otomanos se preparavam para invadir Viena, na Áustria. Planejavam atingir o centro da cidade à noite, cavando galerias subterrâneas. Os padeiros vienenses, que começavam seu trabalho durante a madrugada, deram o alarme.
O exército local conseguiu evitar a invasão. Aí o imperador da Áustria pediu que os padeiros fizessem um pão que tornasse o feito inesquecível. Assim nasceu o croissant, representando a lua crescente do estandarte otomano.
De origem judaica, o pão bagel, que passa por cozimento antes de ser assado, faz muito sucesso nos Estados Unidos e chegou há pouco tempo ao Brasil. Foi inventado em 1683, em Viena, por um padeiro judeu, em agradecimento ao rei da Polônia, Jacek Sobieski Terceiro.
Foi uma homenagem à vitória sobre os invasores turcos de Kara-Mustapha, que cercavam Viena. O padeiro criou um pão na forma de estribo ou anel (bugel, em alemão), pois o soberano adorava cavalgar. O bagel logo ganhou popularidade na Polônia. Inicialmente era oferecido às mulheres que davam à luz. Depois, aos seus bebês, quando entravam na fase de dentição. A popularidade do bagel chegou à Rússia, com o nome de bubliki. A moda aportou nos Estados Unidos na virada do século 20, juntamente com os imigrantes judeus da Europa Oriental.
O pão de queijo, famosa iguaria mineira, foi criado no século 18, para ser servida nas mesas dos senhores, ao lado dos biscoitos de polvilho.
A tradicional receita leva leite, ovos, queijo-de-minas curado e ralado e o polvilho (a parte nobre da mandioca).
A torrada teria sido inventada pelo padeiro Charles Heudebert, em 1903.
Engenhoso tanto quanto parcimonioso, o senhor Heudebert se recusava a deixar o pão endurecer caso não tivesse sido vendido. Ele resolveu então cortá-lo em fatias e grelhá-lo. A receita lhe pareceu boa, do ponto de vista comercial, e de fato era. Não demorou muito tempo para que nascesse a indústria da torrada. Mas a torrada familiar existia, naturalmente, há muito tempo: a palavra, aliás, já tinha cem anos.
O setor de panificação no Brasil emprega 580 mil pessoas, que trabalham em cerca de 52 mil empresas da área.??•
As padarias comercializam 85% do pão vendido no Brasil.
Nas regiões Leste e Sul do país, o consumo per capita de pão é de 35 quilos por ano. No Nordeste, esse número cai para 10 quilos. A média é de 27 quilos anuais por pessoa, pouco se comparado aos 60 quilos recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
No Chile são consumidos 93 quilos de pão, por pessoa, por ano. Na Alemanha 87, na Itália 60, na França 56, no Uruguai 51, em Portugal 70, no Peru 32 e na Espanha 67.
O pãozinho de padaria tem vários nomes: bengala, broa, brotinho, cacetinho, careca, carioquinha, filão, filãozinho, francês, bisnaga.
E, Por que quando fica velho o pão endurece e a bolacha velha amolece? Porque o pão perde a água de sua massa e a bolacha absorve a umidade do ar.